NOME ESQUISITO DE CACHAÇA AJUDA A EXPORTAR “BRASILIDADE”, DIZ ESPECIALISTA...
"Amansa
Sogra", "Atrás do Saco", "Amansa Corno", "Kara de Pau", "Fruta rara" e
"Kipresente" são apenas algumas das marcas de cachaça que trazem no nome
a tradição popular da bebida. Os nomes com duplo sentido fazem a
alegria dos consumidores, apesar da dificuldade de pronúncia para os
estrangeiros.
A chegada de grandes
eventos esportivos nos próximos anos e o crescimento da economia fazem
com que a curiosidade internacional pela cultura do país aumente. Para o
especialista em marcas da ESPM Júlio Moreira, a cachaça é um dos
produtos que mais podem beneficiar-se desse momento.
“A
bebida tem uma identificação muito forte com a região onde ela é
produzida. A tequila mexicana, a vodca russa e o vinho francês são
exemplos disso. A cachaça é um grande sinônimo de brasilidade. As nossas
marcas são muito valorizados lá fora, mesmo que a pessoa não saiba o
que significa a palavra.
O que vale mesmo é a qualidade do produto e de onde ele vem”, declarou.
Para o especialista, até agora outros países aproveitaram melhor as oportunidades que tiveram para divulgar as bebidas tradicionais de cada continente.
Para o especialista, até agora outros países aproveitaram melhor as oportunidades que tiveram para divulgar as bebidas tradicionais de cada continente.
"Temos exemplos claros de
boas ações de marketing. A cachaça ainda tem um longo caminho a
percorrer para conseguir chegar ao mesmo patamar de bebidas de outros
países", declarou.
Há 20 anos, o
empresário Delfino Golfito criou a maior rede de franquias especializada
em cachaça do país, Água Doce, hoje com mais de cem lojas. Para ele, a
bebida carrega nos nomes e nos sabores a história do povo brasileiro.
“A
cachaça sempre sofreu no país, desde a época dos escravos quando chegou
a ser até mesmo proibida para alguns. A marca de cada cachaça traz a
história de lutas e conquistas da nossa gente. O homem da roça tinha
muito orgulho da cachaça que produzia.Hoje, somos muito gratos a esses
bravos que criaram essa bebida maravilhosa”, afirmou.
EXPORTAÇÃO CAI, PORÉM FATURAMENTO CRESCE.Apesar
de a cachaça brasileira enfrentar queda nas exportações em 2011, cerca
de 22% de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, a indústria do
país aposta nas bebidas consideradas "premium" para aumentar o
faturamento. O grupo Ypióca, maior produtor de aguardente do Brasil,
informou que aumentou em 8% o faturamento com exportação nos quatro
primeiros meses do ano.
“Temos focado
na linha de maior valor, com excelente qualidade de produção e também as
cachaças com sabor”, afirmou a diretora de exportação do grupo, Heloísa
Telles.
As opções vendidas no
exterior vão da popular cachaça branca a bebidas envelhecidas por até
seis anos em barris de madeira nobre.
“Nos
últimos cinco anos, entramos em 20 países com a bebida. Já estamos em
lugares como Grécia, China, Alemanha e Japão. Temos também um gerente na
Europa e patrocinamos eventos em outros continentes para levar o nome
da marca”, disse .
CACHAÇA COM JEITO “GRINGO”.
Apostando no mercado internacional, foi lançada uma cachaça brasileira voltada para o exterior. A marca “B” (que em inglês tem a mesma pronúncia de “bee” e significa abelha) é uma cachaça premium com mel e limão e com um teor alcoólico menor (cerca de 21%).
Apostando no mercado internacional, foi lançada uma cachaça brasileira voltada para o exterior. A marca “B” (que em inglês tem a mesma pronúncia de “bee” e significa abelha) é uma cachaça premium com mel e limão e com um teor alcoólico menor (cerca de 21%).
A
empresa contratou uma agência internacional para elaborar o conceito da
marca. A garrafa vem da França, a cachaça é feita em Minas Gerias e
engarrafada em São Paulo.
Entre os sócios da empresa, está o piloto Nelsinho Piquet, filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet.
Segundo
Eduardo Jorge, também proprietário da marca, a expectativa é de que até
o começo do ano o produto já esteja em mercados como Europa e Estados
Unidos.
“Queremos estar nos principais
centros consumidores de bebida do mundo. Existe uma demanda pela
cachaça brasileira, e queremos aproveitar essa oportunidade.
Os
estrangeiros já conhecem a bebida. Queremos buscar um outro mercado e
não concorrer com as grandes empresas brasileiras que já estão lá fora.”
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